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Rodei 1500km de ebike iPedal

Hoje completei 1500 quilômetros rodados com minha bicicleta elétrica. Comprei essa bike usada em abril de 2019 para instalar o kit iPedal. Depois de todo esse tempo, acho que posso dividir algumas impressões com vocês.

Equipamento

Tenho 54 anos, sou um ciclista pouco experiente, nunca fui muito dedicado, tanto é que só tive bicicletas medíocres até hoje.

Minha Merida é bem básica, tem freios hidráulicos e uma transmissão SLX, e é só. Sequer tenho uma redução decente, apenas 42 dentes na coroa e 34 no maior cassete, ou seja, uma bike bem simples que paguei 1400 reais usada.

Instalei um kit TSDZ2 da Tongsheng e uma bateria de 485wh. Esse kit é o mais fraco a venda no mercado hoje, com apenas 250W que é justamente a potência regulamentada pela legislação.


Uso

Basicamente ando na cidade, com alguns passeios no campo que fazemos de vez em quando. Sou casado e meu esposo tem uma Groove MTB com um kit idêntico. Juntos, já fizemos algumas trips legais além do básico ciclovias. Moramos perto do aeroporto de Congonhas então, é fácil descer até a ponte Cruzeiro do Sul, pegar a ciclovia da marginal e ir até o Parque Vila Lobos e depois voltar pela Brigadeiro ou fazer a volta no autódromo de Interlagos ou coisa assim. Já subimos para a Lapa e passamos pelo centro, então a maior dessas trips deu 45km.

Além disso, já fizemos alguns passeios por trilhas e estradinhas, entre eles:


Volta na Pedra Grande (com subida até o topo da pedra): 45km

Subida do Pico do Gavião: 38km

Trip na represa Igaratá: 43km

Trilha do cachorro louco em Rio Grande da Serra: 43km

Trilha da aldeia indígena Parati: 40km

Trilha da volta de Ubatuba: 38km

Trilha de Castelhanos: 39km

Balneário Camboriu: 33km


Além disso, no dia a dia, uso a bike para ir no mercado, levar e trazer minha filha na escola e no clube (repare a almofada no bagageiro), tudo essencialmente "low tech". As ladeiras de meu bairro são fortes, mas dou conta tranquilo de subir com minha filha da garupa e motor na potência máxima.


Impressões


Eu já andei com várias bikes bem mais potentes, com motores de até 1500W. Meus sócios têm bikes com o motor Bafang de 750W e já andei também com uma bike com um motor TSDZ2 de 350W, além de um passeio legal na Alemanha quando alugamos bikes dedicadas com motor Bosch de 250W. Posso dizer que minha bike atende minha necessidade em praticamente todos os quesitos. A velocidade máxima que já pedalei (fora dar 60km/h em alguma ladeira), foi 47km/h, o que não faz o menor sentido, já que para andar nessa velocidade é preciso pedalar numa cadência muito alta o que é bastante desconfortável. Além disso, a bike fica perigosa e definitivamente, com exceção de fazer uma brincadeira de "racha", não tem sentido andar a mais de 35km/h.

Todas as ladeiras que já subi, inclusive a subida da Pedra Grande de Atibaia foram feitas em potência máxima e na marcha mais curta. Consegui dar recado de todas elas, nunca precisei descer da bike para empurrar. Creio que se um dia eu tiver um cassete 11x46 ou 11x50, será um baita luxo.

Sinto que um motor com mais potência precisaria estar associado a uma bicicleta mais robusta, com suspensão traseira e uma dianteira decente (minha Suntour é puro enfeite). Aí eu poderia fazer o mesmo que faço hoje, mas em maior velocidade, aumentando o nível de risco. Teria então de usar equipamentos mais adequados, como um capacete melhor e talvez botas ou coisa assim. Então meu conjunto motor/bateria é coerente com meu equipamento e isso me deixa muito feliz e satisfeito com minha escolha. Algumas pessoas questionam isso, alegando que eu deveria usar um motor mais potente, quem sabe um dia?


Autonomia

A autonomia da bateria é bem coerente, pois nos maiores pedais, ela chegou no final da carga quando eu estava chegando onde tinha parado o carro. Então mesmo que houvesse mais carga disponível, a "minha bateria" teria terminado de qualquer modo. Então confesso que não sinto necessidade de uma bateria maior.

Eu gosto de colocar para carregar quando vejo as primeiras bolinhas desaparecerem, assim se chega o fim de semana e decidimos fazer um passeio, a bateria está sempre cheinha.


Sonho de consumo

É sempre possível tornar o equipamento mais completo e complexo, trocar a relação por uma mais versátil, passar para um motor mais potente, baterias mais longevas e etc. Mas como comentei, meu me sentiria mais seguro se ao fazer um upgrade, eu pudesse fazer isso simultaneamente com uma bicicleta mais completa também. Acho que não faz muito sentido um motor super potente numa bike que, se passar de 40km/h, parece que você vai entrar em órbita... Se o seu bolso não tem limite, então limite-se pela sua inteligência e bom senso, pois felicidade, não tem limite.


Conclusão

Posso afirmar que ebike é sinônimo de atividade física. Embora a ideia inicial seja de que você faz menos exercícios, o que acontece é justamente o contrário. Você de fato termina se exercitando mais, simplesmente porque passa a sair de casa de bike com maior frequência. Se antes você se desencorajava, ao lembrar que teria de empurrar a bicicleta nas ladeiras de São Paulo, e terminava não saindo, agora, que as ladeiras não são problema, você sai de casa para pedalar com muito mais frequência. E é claro, é preciso pedalar o tempo todo. Então no final, se você saía de vez em quando para fazer um pedal de 15km, agora você sai no mínimo uma vez por semana e pedala 30, 40 ou mais quilômetros.

Aprendi muito sobre bicicletas desde que eletrifiquei a minha, e garanto que estou mais feliz.



 
 
 

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